600 Anos – Capitania do Porto Santo
Na
decisão de dividir o arquipélago da Madeira em três capitanias, coube à Ilha do
Porto Santo ser a segunda a ser doada a Bartolomeu Perestrelo, por carta de 1
de novembro de 1446, após ter ocorrido 28 anos do descobrimento e seis da doação
da Capitania de Machico. A carta de doação mais não teria sido do que a
confirmação do direito sobre a Capitania que Perestrelo detinha de facto desde
os primeiros anos do povoamento, tendo sido a capitania mais modesta não só em
área, mas também em recursos para criar riqueza.
Bartolomeu
Perestrelo era cavaleiro e comerciante de origem italiana e, de acordo com a
Wikipedia, “chegara a Lisboa nos finais do século XIV. Vivia no Porto a 8 de
Setembro de 1399 quando, como cavaleiro italiano e mercador, teve Carta de
Privilégio, registada na Chancelaria de D. João I. Para tanto, justificou a sua
nobreza nesse ano de 1399, data em que lhe terá sido reconhecido o seu brasão
de armas”. Tornou-se Fidalgo da casa do Infante D. Henrique. Casou várias
vezes, com D. Margarida Martins, de quem não teve filhos; com D. Brites Furtado
Mendonça, de quem teve três filhas; com D. Isabel Moniz, de quem teve dois
filhos, um dos quais também de nome Bartolomeu Perestrelo. Faleceu por volta de
1457, tendo sido sepultado na igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade.
2º - Pedro
Correia da Cunha. A Capitania passou a ser administrada pela viúva, Isabel
Moniz, em virtude da menoridade do filho de nome Bartolomeu Perestrelo. Após a
morte do 1º Capitão, a viúva negociou a venda da Capitania por 300.000 reais a
Pedro Correia da Cunha (Donatário da Ilha Graciosa -Açores) que casou com D. Izeu
Perestrelo, filha do segundo matrimónio do 1º Capitão Donatário.
3º - Bartolomeu
Perestrelo, em 1473 sendo já maior, moveu uma ação junto de D. Afonso V para
recuperar a Capitania, tendo-o conseguido, voltando a Capitania do Porto Santo
à linhagem dos Perestrelos.
4º - Diogo
Soares Perestrelo. Em 1545 sucedeu a seu avô na Capitania, por sentença contra
seus tios (irmãos de seu pai).
5º- Diogo
Perestrelo Bisforte (1560-1616). Houve
alçadas de corregedores, nos primórdios do séc.
XVII, para averiguar queixas dos moradores contra o seu comportamento. Faleceu no Funchal a 20 de dezembro de 1616. Depois
deste Capitão Donatário, a Capitania ficou sob o domínio de Castela apesar
daquele ter dois filhos que, acusados de homicídio praticado na Calheta
(Madeira) onde residiam, fugiram à justiça. Extinguiu-se, assim, a varonia dos
Perestrelos, passando a administração da Capitania para os
Capitães-Governadores: Martim Mendes de Vasconcelos, Matias de Mendonça e
Vasconcelos e Jorge Moniz de Menezes em cujo governo foi restabelecido o
domínio da Capitania. Foi D. João VI que
concedeu o governo e privilégios da capitania a Vitorino Bettencourt de
Vasconcelos, sendo aquele o 6º Capitão do Porto Santo.
7º - Diogo de
Bettencourt Perestrelo, somente em abril de 1654
tomaria conta da capitania.
8º- Estevão
Bettencourt Perestrelo governou em 1718 a capitania,
tendo retomado a mesma em 1722 como 9º Capitão.
10º - Vitorino Bettencourt
Perestrelo. A capitania ainda foi revalidada
no 10.º donatário a 5 de setembro de 1749.
Pelo Decreto de 13 de outubro de 1770, a
Capitania do Porto Santo foi extinta por incorporação na coroa
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