PS-Madeira – Estruturas, Congressos e
Líderes (16)
(continuação
XI Congresso Regional)
Mas afinal, o que é que cada um dos candidatos propõe no plano da
estrutura e ação internas e quanto a propostas políticas para a Madeira em
geral?
Sob o ponto de vista interno, Jacinto Serrão propõe a credibilização do PS-M e a adoção de uma “mensagem clara, intelegível,
não deixando dúvidas sobre aquilo que realmente pretendemos (...) se queremos
ser uma alternativa efectiva ao poder instituído”. No plano organizacional,
entende “ser absolutamente imprescindível operar uma organização do partido que
não esteja sujeita a uma lógica imediatista, mas que perdure para além das
lideranças”. É ponto assente “a dinamização do Gabinete de Estudos”, assim como
encontrar uma “solução para o edifício da sede”. Esta lógica da organização
política e administrativa passa, naturalmente, pela componente dos meios
humanos indispensáveis para pôr em marcha estas propostas que são fundamentais
para olear a máquina partidária, sendo relevante a redução do número máximo de
elementos no órgão executivo regional.
João Carlos Gouveia considera que “Os partidos políticos estão ainda
organizados conforme as empresas da sociedade industrial que se formou a partir
do Sé. XIX”. Tem uma conceção estranha do ideal político do PS-M quando diz que
“O PS-Madeira deverá erradicar da sua prática política a teoria elitista da
democracia, visão mais apropriada a partidos conservadores”. Mais grave ainda
quando se constata uma afirmação implícita ao PS-M de que “Também os resquícios
inerentes ao Centralismo Democrático deverão ser superados, assim como deverão
ser rejeitadas todas as formas de caciquismo residual existentes”. Por isso
propõe, sem explicar a forma, que “As reformas na organização do Partido, com
acréscimo do poder decisório dos seus militantes, a aproximação entre
militantes eleitos para cargos políticos e os restantes socialistas e a
limitação dos mandatos darão uma superior credibilidade ao PS-Madeira, pois
serão uma demonstração de que o PS instaura no seu seio processos de vivência
democrática que anseia que um dia vigorem no plano mais geral da democracia na
Região Autónoma da Madeira”.
Não entendo como é que só existe vivência democrática no seio do PS-M se
houver um “acréscimo do poder decisório dos seus militantes”; uma
“aproximação entre militantes eleitos para cargos políticos e os restantes
socialistas”; e mais anedótico é o facto de a instauração da vivência
democrática (qual?) depender, para este candidato, da “limitação de mandatos”.
Só que a limitação temporal de mandatos, que propõe, apenas abrange o
“Presidente do PS-M”; Presidente da Comissão Regional; Presidente de Concelhia;
Secretário-coordenador de Secção”. Ou seja, em vez de João Carlos Gouveia
propor a limitação de mandatos para todos os elementos de órgãos executivos,
apenas impõe um ónus de não recandidatura só a alguns dirigentes, o que, no meu
entender, se essa norma estatutária for aprovada, passará a haver uma flagrante
desigualdade entre militantes, só por virtude de alguns estarem no topo da
lista.
(continua XI Congresso)
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