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segunda-feira, 1 de junho de 2020


PS-Madeira – Estruturas, Congressos e Líderes (16)

(continuação XI Congresso Regional)

Mas afinal, o que é que cada um dos candidatos propõe no plano da estrutura e ação internas e quanto a propostas políticas para a Madeira em geral?
Sob o ponto de vista interno, Jacinto Serrão propõe a credibilização do PS-M e a adoção de uma “mensagem clara, intelegível, não deixando dúvidas sobre aquilo que realmente pretendemos (...) se queremos ser uma alternativa efectiva ao poder instituído”. No plano organizacional, entende “ser absolutamente imprescindível operar uma organização do partido que não esteja sujeita a uma lógica imediatista, mas que perdure para além das lideranças”. É ponto assente “a dinamização do Gabinete de Estudos”, assim como encontrar uma “solução para o edifício da sede”. Esta lógica da organização política e administrativa passa, naturalmente, pela componente dos meios humanos indispensáveis para pôr em marcha estas propostas que são fundamentais para olear a máquina partidária, sendo relevante a redução do número máximo de elementos no órgão executivo regional.

João Carlos Gouveia considera que “Os partidos políticos estão ainda organizados conforme as empresas da sociedade industrial que se formou a partir do Sé. XIX”. Tem uma conceção estranha do ideal político do PS-M quando diz que “O PS-Madeira deverá erradicar da sua prática política a teoria elitista da democracia, visão mais apropriada a partidos conservadores”. Mais grave ainda quando se constata uma afirmação implícita ao PS-M de que “Também os resquícios inerentes ao Centralismo Democrático deverão ser superados, assim como deverão ser rejeitadas todas as formas de caciquismo residual existentes”. Por isso propõe, sem explicar a forma, que “As reformas na organização do Partido, com acréscimo do poder decisório dos seus militantes, a aproximação entre militantes eleitos para cargos políticos e os restantes socialistas e a limitação dos mandatos darão uma superior credibilidade ao PS-Madeira, pois serão uma demonstração de que o PS instaura no seu seio processos de vivência democrática que anseia que um dia vigorem no plano mais geral da democracia na Região Autónoma da Madeira”.
Não entendo como é que só existe vivência democrática no seio do PS-M se houver um  “acréscimo do  poder decisório dos seus militantes”; uma “aproximação entre militantes eleitos para cargos políticos e os restantes socialistas”; e mais anedótico é o facto de a instauração da vivência democrática (qual?) depender, para este candidato, da “limitação de mandatos”. Só que a limitação temporal de mandatos, que propõe, apenas abrange o “Presidente do PS-M”; Presidente da Comissão Regional; Presidente de Concelhia; Secretário-coordenador de Secção”. Ou seja, em vez de João Carlos Gouveia propor a limitação de mandatos para todos os elementos de órgãos executivos, apenas impõe um ónus de não recandidatura só a alguns dirigentes, o que, no meu entender, se essa norma estatutária for aprovada, passará a haver uma flagrante desigualdade entre militantes, só por virtude de alguns estarem no topo da lista.

(continua XI Congresso)

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