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sábado, 7 de agosto de 2021

 

Conflitos das Autonomias da Madeira (43)

 

No período histórico dos atos eleitorais da I República, para a sessão legislativa de 1922 a 1925 pelo círculo da Madeira o Dr. Juvenal de Araújo foi eleito deputado pelo Centro Católico Português. Dos mais relevantes discursos e iniciativas legislativas em prol da Madeira publicou-os no livro «Trabalhos Parlamentares», Funchal, 1928, com prefácio de Domingos Pereira.

Na introdução o Dr. Juvenal de Araújo refere que “Dentre os vários discursos que tive a honra de proferir na Câmara dos Deputados, na sessão legislativa de 1922 a 1925, figuram alguns, sobre assuntos de caracter financeiro e económico, que me mereceram particular cuidado, quer no estudo dos elementos em que os baseei, quer na forma como procurei expo-los à Nação (…) Humilde, desvalioso mas desinteressado esforço – ofereço-o àqueles que, comungando nos mesmos princípios que me levaram à Câmara numa época de tão viva turbação política, puderam ver que me foi permitido acrescentar uma página, embora despretensiosa e sem brilho, à história do Centro Católico Português nas suas lutas pela defesa dos verdadeiros interesses morais e Sociais da Nação”.

No final do prefácio, Domingos Pereira salienta: “Util e autorizada lição de liberalismo, a simples publicação desta obra! O seu ilustre autor dará um dia, ao Parlamento livre, uma cooperação mais larga, no serviço da Nação, do Direito e das regalias inerentes a um regime de liberdade. É a imposição dos seus merecimentos e o corolário da resolução de lançar à publicidade alguns discursos parlamentares”.

No enquadramento histórico da época, o “Centro Católico Português foi um partido político, fundado em Braga em 8 de agosto de 1915. O Apelo de Santarém de 22 de janeiro de 1915, apela para a ação política da União Católica, do qual deriva o Centro Católico Português. Aprovado o programa redigido por Diogo Pacheco de Amorim e José de Almeida Correia. Eleita uma comissão central com Alberto Pinheiro TorresJosé Fernando de Sousa (Nemo) e Diogo Pacheco de Amorim. Participam 36 leigos e 30 eclesiásticos, a maior parte deles oriundos da diocese de Braga (…) em maio de 1920, divergências entre os católicos, no conflito entre A Época de Fernando de Sousa (Nemo) e A União, de António Lino Neto. Lino Neto tinha escrito «A Igreja é a mais bela democracia que tem visto o mundo e a primeira democracia de todos os tempos». Nemo contesta, baseando-se em Charles Maurras. Também Pequito Rebelo em A Monarquia, jornal do Integralismo Lusitano havia contestado o presidente do Centro Católico Português, em março desse ano. Nas eleições de 10 de julho de 1921, um jovem assistente universitário de CoimbraAntónio de Oliveira Salazar, chegou a ser eleito por Guimarães, pelo CCP. Nas eleições de 1925 Salazar voltou a participar e teve uma intervenção ativa da campanha, como membro da comissão diocesana de Coimbra, escrevendo sete artigos sobre a matéria eleitoral no Correio de Coimbra e sendo candidato no círculo eleitoral de Arganil, mas ficou em sexto, isto é, em penúltimo lugar.

Em 29 de setembro de 1922 foi publicada uma pastoral coletiva do episcopado, sobre as desinteligências que ameaçam dividir o campo católico, declarando-se confiança na direção do CCP. A carta de Pio XI de 13 de maio de 1923 secunda a pastoral coletiva do episcopado português que apoiava o CCP. Em 15 de dezembro de 1923, reaparece o jornal Novidades, agora como órgão da hierarquia católica, em apoio do CCP. O A União cessa a sua publicação em abril de 1924 (…)”. (Wikipedia).

(continua)

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