Conflitos
das Autonomias da Madeira (43)
No
período histórico dos atos eleitorais da I República, para a sessão legislativa
de 1922 a 1925 pelo círculo da Madeira o Dr. Juvenal de Araújo foi eleito
deputado pelo Centro Católico Português. Dos mais relevantes discursos e
iniciativas legislativas em prol da Madeira publicou-os no livro «Trabalhos
Parlamentares», Funchal, 1928, com prefácio de Domingos Pereira.
Na introdução o Dr. Juvenal de Araújo refere que “Dentre os vários
discursos que tive a honra de proferir na Câmara dos Deputados, na sessão
legislativa de 1922 a 1925, figuram alguns, sobre assuntos de caracter
financeiro e económico, que me mereceram particular cuidado, quer no estudo dos
elementos em que os baseei, quer na forma como procurei expo-los à Nação (…)
Humilde, desvalioso mas desinteressado esforço – ofereço-o àqueles que,
comungando nos mesmos princípios que me levaram à Câmara numa época de tão viva
turbação política, puderam ver que me foi permitido acrescentar uma página,
embora despretensiosa e sem brilho, à história do Centro Católico Português nas
suas lutas pela defesa dos verdadeiros interesses morais e Sociais da Nação”.
No final do prefácio, Domingos Pereira salienta: “Util e autorizada lição
de liberalismo, a simples publicação desta obra! O seu ilustre autor dará um
dia, ao Parlamento livre, uma cooperação mais larga, no serviço da Nação, do
Direito e das regalias inerentes a um regime de liberdade. É a imposição dos
seus merecimentos e o corolário da resolução de lançar à publicidade alguns
discursos parlamentares”.
No enquadramento histórico da época, o “Centro Católico Português foi um
partido político, fundado em Braga em 8 de agosto de 1915. O Apelo de Santarém de 22 de janeiro de 1915, apela
para a ação política da União Católica, do
qual deriva o Centro Católico Português. Aprovado o programa redigido por Diogo Pacheco de Amorim e José de
Almeida Correia. Eleita
uma comissão central com Alberto
Pinheiro Torres, José Fernando de Sousa (Nemo) e Diogo Pacheco de Amorim. Participam
36 leigos e 30 eclesiásticos, a maior parte deles oriundos da diocese de
Braga (…) em maio de 1920,
divergências entre os católicos, no conflito entre A Época de
Fernando de Sousa (Nemo) e A União, de António Lino Neto. Lino Neto
tinha escrito «A Igreja é a mais bela democracia que tem visto o mundo e a
primeira democracia de todos os tempos». Nemo contesta, baseando-se em Charles Maurras. Também Pequito Rebelo em A Monarquia, jornal do Integralismo Lusitano havia contestado o
presidente do Centro Católico Português, em março desse ano. Nas eleições de 10
de julho de 1921, um jovem assistente
universitário de Coimbra, António de Oliveira Salazar, chegou a ser eleito
por Guimarães, pelo CCP. Nas eleições
de 1925 Salazar voltou a participar e teve uma intervenção ativa da campanha,
como membro da comissão diocesana de Coimbra, escrevendo sete artigos sobre a
matéria eleitoral no Correio de Coimbra e sendo candidato no
círculo eleitoral de Arganil, mas ficou em sexto,
isto é, em penúltimo lugar.
Em 29 de setembro de 1922 foi
publicada uma pastoral coletiva do episcopado, sobre
as desinteligências que ameaçam dividir o campo católico, declarando-se
confiança na direção do CCP. A carta de Pio XI de
13 de maio de 1923 secunda
a pastoral coletiva do episcopado português que apoiava o CCP. Em 15 de dezembro
de 1923,
reaparece o jornal Novidades, agora como órgão da hierarquia católica,
em apoio do CCP. O A União cessa a sua publicação em abril
de 1924 (…)”.
(Wikipedia).
(continua)
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