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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Governo PSD/CDS para além da Troika

* Alberto João (27/10/20006): “Esta política orçamental é a mesma política do Dr. Salazar porque assenta em não desenvolver o país por causa do equilíbrio orçamental”.

* Alberto João (28/3/2011): “Haverá em Outubro uma oportunidade única para a Madeira, que consiste em ter um Governo Regional da mesma cor que o nacional. Asssim, poderá haver entendimento”.

* Passo Coelho (30/4/2011): promessa: “Nós calculámos, por excesso, e posso garantir-vos: não será necessário cortar mais salários, nem despedir gente, se formos governo (…) quem quizer mais TGV, mais auto-estradas, mais benefícios escondidos, mais amiguismo e mais batota em Portugal, vote no engenheiro Sócrates (…) se os socialistas ganhassem, dentro de seis meses já se estaria a falar de reestruturação da dívida portuguesa”.

* Alberto João (22/5/2011): “Todos ouviram-me dizer: temos de fazer, temos de fazer depressa enquanto há dinheiro, enquanto há possibilidade de fazer. E fazer enquanto se pode fazer chama-se a isto visão política”.

* Paulo Portas (24/5/2011): “Ninguém tem incentivo a trabalhar mais se o produto do seu esforço suplementar for para entregar ao Estado”.

* Alberto João (26/5/2011): “Não tenham medo da juventude do candidato do PSD, Passos Coelho, a primeiro-ministro (…) é importante haver um governo que se entenda connosco”.

* Passo Coelho (31/5/2011): Nós não viemos fazer promessas vagas nestas eleições, nós viemos dizer aos portugueses o que é que íamos fazer no governo (…) o PSD preparou-se bem para ser governo, foi o único partido que se apresentou aos portugueses com um programa que não é um mero programa eleitoral, é praticamente um programa de governo”.

* Álvaro Santos Pereira, Ministro da Economia (15/10/2011, em Viseu): “A ligação ferroviária do porto de Aveiro a Salamanca vai avançar até ao final da legislatura, através de Viseu, num corredor de velocidade alta e que vai usar os terrenos que estão cativos à volta da cidade para esse fim”.

Antes das eleições para a Assembleia da República, o PSD e o CDS afirmaram que já tinham tudo estudado e previsto para governar o País de forma diferente do governo de José Sócrates. Chegados ao poder, todas as medidas até agora tomadas são totalmente antagónicas àquelas que prometeram. Dizem os mentirosos do governo PSD/CDS que têm de tomar medidas financeiras mais penalizadoras do povo (com os funcionários públicos na primeira linha dos roubos salariais) porque encontraram «buracos financeiros» (incluindo o da Região Autónoma da Madeira) que ampliam negativamente a situação conhecida que esteve na base do acordo com o FMI, Comissão Europeia e BCE.

Mas há uma questão que deve ser posta sempre e a todo o tempo, a qual os mentirosos do governo PSD/CDS desprezam: Se o acordo com a Troika foi celebrado tendo como base uma determinada situação financeira do país, ao invocarem que descobriram situações financeiras novas (buracos financeiros), então estamos perante uma substancial alteração das circunstâncias e pressupostos do acordo. Logo, também estão postos em causa os prazos estipulados para cumprimento do défice de 2012 e 2013 e para tomar outras medidas nos prazos tão curtos como aqueles que ficaram acordados.
Daqui decorre a evidência, que só o governo não tem em conta, que é a necessidade de renegociar com a Troika a dilatação dos prazos que constam do aprovado memorando de entendimento. Seria o mínimo exigível para evitar as medidas tão escandalosas como são, por agora, as do orçamento do Estado para 2012.
Se o mentiroso governo PSD/CDS tivesse sensibilidade social agiria de modo que as medidas penosas para os portugueses fossem mais brandas e em tempo mais longo. Mas não, o PSD e o CDS não só não tinham estudado a situação do País, ao contrário do que afirmaram durante a campanha eleitoral, como mantêm sem recuo medidas que levarão os cidadãos à penúria e a economia à maior depressão de que há memória.
Recorrentemente, estamos perante a ditadura do défice que as instituições da União Europeia e o FMI impõem tendo por base políticas desastrosas para a economia dos países membros.
(In Tribuna da Madeira, 21-10-2011)

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