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domingo, 30 de outubro de 2016


Da confiança à crise dos Bancos (38)

DA CASA DE CÂMBIOS BORGES & IRMÃO (1884) AO BPI.
A evolução dos negócios dos irmãos Borges refletem bem as suas capacidades empresariais com a abertura das agências em Lisboa e no Brasil (Rio de Janeiro), internacionalizando o setor bancário.
Apesar da instabilidade política em Portugal na sequência da implantação da República, a prosperidade dos Borges prosseguiu ao longo da Primeira República, tendo beneficiado com o facto de desenvolverem a atividade bancária com outras atividades comerciais.
Em 1918, a Casa Bancária Bosges & Irmão, para além de comercializar lotarias, vinhos, tabaco e papel selado, a SECÇÃO BANCÁRIA compra e vende cambiais; descontos de letras sobre o País e estrangeiro;  saque e fornecimento de cartas de crédito sobre Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Holanda, Itália, Noruega, Rússia, Suécia e alguns dos mais importantes países  da América e Ásia; depósitos a prazo e à ordem em moeda nacional e estrangeira, descontos, transferências, contas correntes e serviço de cofres fortes; ordens telegráficas para entregas ou aberturas de crédito nas principais praças estrangeiras; empréstimos sobre títulos nacionais e estrangeiros cotados em bolsa; a agência do Rio de Janeiro encarregava-se ainda da administração de prédios, da cobrança de aluguéis, de juros e dividendos de ações de bancos e companhias, e da liquidação de heranças. A SECÇÃO DE PAPÉIS DE CRÉDITO compra e vende papéis de crédito, tanto nacionais como estrangeiros, ações de bancos e companhias, assim como coupons de qualquer espécie; averbamento de títulos e tudo o que tivesse relação com este negócio. A SECÇÃO DE CÂMBIOS compra e vende toda a qualidade de moedas de todos os países, tanto de ouro como de prata, cobre e papel; compra de ouro e prata em barra.

Em 1918, foi criada a Sociedade dos Vinhos Borges & Irmão, devido ao grande desenvolvimento do comércio de vinho, tanto em Portugal e colónias e Europa como no Brasil, havendo necessidade de autonomizar o setor do vinho em empresa autónoma. No ano seguinte dá-se uma modificação na Sociedade Borges & Irmão, tendo sido feita uma escritura em 5 de março para entrarem como meros sócios de indústria, Manuel José Pires Fernandes e José Nunes da Fonseca.
Em 1926, são abertas ao público as novas instalações do Porto (Rua Sá da Bandeira) e, no ano seguinte, são abertas filiais em Braga e Ovar e, em 1931, em Matosinhos.
“A 7 de Fevereiro de 1934, a Casa Borges & Irmão comemorou o 50º aniversário da sua fundação. Associando-se à homenagem prestada pelas forças vivas da cidade, a Câmara Municipal do Porto, presidida pelo doutor Alfredo Magalhães, conferiu aos dois banqueiros a categoria de Cidadãos do Porto, oferecendo-lhes a medalha de ouro da cidade, enquanto que o Governo agraciava os Borges com a Comenda do Mérito Agrícola e Comercial” (in Banco Borges & Irmão – Um século de Actividade 1884 - 1984).
Em 1936, o Borges & Irmão transforma a agência que tinha no Rio de Janeiro em Banco Borges, S.A., e, em 21 de agosto de 1937, transformou-se em sociedade anónima Banco Borges & Irmão, S.A., tendo havido um aumento de capital passando a ser 15 mil contos, cabendo a cada um dos irmãos Borges 7.500 contos. Mas cada um dos irmãos autorizou a cessão de uma parte do seu capital, com o valor de 800 contos a favor dos novos sócios da firma – António cedeu 4 parte , com o valor de 200 contos cada uma, a D. Maria Pires Fernandes Borges, mulher de Francisco António Borges, a Júlio Anahory do Quental Calheiros, genro do seu irmão, a Francisco Manuel Fernandes Borges, seu sobrinho, e a Manuel Pires Fernandes, sogro de Francisco António Borges.

(continua)

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