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domingo, 4 de março de 2018


Regionalização dos Bancos Nacionalizados em 1975 (2)
O documento elaborado em 1977 pela Comissão Distrital de Delegados do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), para além do tema específico da regionalização/reestruturação do setor financeiro, incluiu um resumo da situação económica e social então vigente na Madeira.
 Escrevemos sobre o Território e Clima, invocando que, apesar de ser uma “Pérola do Atlântico”, as condições de subsistência de grande parte da população levaram muitos madeirenses à emigração. Sobre o Subsolo e Solo, Porto Santo, Agricultura, Silvicultura, Pecuária e Pescas, Construção Civil, Turismo, Saúde e Higiene, Educação, Emigração e Comércio”.
Quanto ao Mercado Monetário, destaca que “Não raras vezes se ouve as pessoas interrogarem-se como pode a Banca emprestar a 7 ou 8% se promete pagar s depósitos a prazo a 9,5 e 10,5%”; “Pelo que antecede torna-se necessário e urgente a regionalização e reestruturação da Banca em moldes de poder ocorrer com eficiência ao serviço da região utilizando critérios uniformes e actuação semelhante, independentemente de ser pública ou privada, sem favoritismo para esta ou aquela camada social”.
E quanto à Reestruturação refere que “Na nossa região operam nove Bancos comerciais, o Banco de Fomento, duas Caixas Económicos e a agência do Banco de Portugal. Só na cidade do Funchal estão abertos ao público 14 balcões. Dos 10 concelhos rurais, incluindo o Porto Santo, sete deles já possuem agências bancárias. Fácil se torna verificar pela descrição precedente que, na verdade, a cidade do Funchal está abarrotada de instituições Bancárias, algumas de pequena projecção local, depreendendo-se desse modo que não podem de forma alguma ter viabilidade económica. Por outro lado, verifica-se a necessidade da abertura de balcões nos concelhos, onde não os há e noutras localidades onde a sua existência o justifique. Qualquer das medidas que vierem a ser tomadas, nunca poderão pôr em causa os postos de trabalho. Pensamos que será de grande utilidade a existência de instituições bancárias especializadas em: - Agricultura, pescas e indústria. - Fomento à exportação, importação e comércio. - Fomento à habitação, construção e obras públicas. - Depósitos, captação de poupanças, emigração e turismo. - E uma polivalente a que ficariam afectos os postos de câmbio e dariam cobertura às zonas rurais”.
No que concerne aos Postos de Câmbio o documento refere que “Com a extinção das casas de câmbio surgiu a necessidade da abertura de novos postos de câmbio. Presentemente, estão em funcionamento, um no Funchal e outro no aeroporto, estando em vias de entrarem em funcionamento mais três no Funchal, sendo um deles para o serviço no porto marítimo”
Também sobre a Prospecção o documento salienta que a “recolha simultânea de capitais tal como se vem praticando, com a saída diária de cerca de 25 viaturas, que percorrem a Ilha, regressando ao Funchal no mesmo dia é não só inviável, como altamente deficitária, julgando-se sanar esta situação desde que fosse feita a nível de concelho pelo balcão aí instalado”.
O documento termina destacando que “uma verdadeira regionalização e reestruturação da Banca do Arquipélago, que só se poderá verificar na sua concepção mais ampla, quando todos os sectores da economia madeirense caminharem para o mesmo objectivo e quando forem determinadas as linhas gerais de uma política económica e social regionais. Donde se infere que há toda uma transformação a operar em todos os sectores afectos à economia da Madeira, sem o que não será viável a recuperação económica”.
(continua)

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