Regionalização dos Bancos
Nacionalizados em 1975 (2)
O
documento elaborado em 1977 pela Comissão Distrital de Delegados do Sindicato
dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), para além do tema específico da
regionalização/reestruturação do setor financeiro, incluiu um resumo da
situação económica e social então vigente na Madeira.
Escrevemos sobre o Território e Clima,
invocando que, apesar de ser uma “Pérola do Atlântico”, as condições de
subsistência de grande parte da população levaram muitos madeirenses à
emigração. Sobre o Subsolo e Solo, Porto Santo, Agricultura, Silvicultura,
Pecuária e Pescas, Construção Civil, Turismo, Saúde e Higiene, Educação, Emigração
e Comércio”.
Quanto
ao Mercado Monetário, destaca que “Não raras vezes se ouve as pessoas
interrogarem-se como pode a Banca emprestar a 7 ou 8% se promete pagar s
depósitos a prazo a 9,5 e 10,5%”; “Pelo que antecede torna-se necessário e
urgente a regionalização e reestruturação da Banca em moldes de poder ocorrer
com eficiência ao serviço da região utilizando critérios uniformes e actuação
semelhante, independentemente de ser pública ou privada, sem favoritismo para
esta ou aquela camada social”.
E
quanto à Reestruturação refere que “Na nossa região operam nove Bancos
comerciais, o Banco de Fomento, duas Caixas Económicos e a agência do Banco de
Portugal. Só na cidade do Funchal estão abertos ao público 14 balcões. Dos 10
concelhos rurais, incluindo o Porto Santo, sete deles já possuem agências
bancárias. Fácil se torna verificar pela descrição precedente que, na verdade,
a cidade do Funchal está abarrotada de instituições Bancárias, algumas de
pequena projecção local, depreendendo-se desse modo que não podem de forma
alguma ter viabilidade económica. Por outro lado, verifica-se a necessidade da
abertura de balcões nos concelhos, onde não os há e noutras localidades onde a
sua existência o justifique. Qualquer das medidas que vierem a ser tomadas,
nunca poderão pôr em causa os postos de trabalho. Pensamos que será de grande
utilidade a existência de instituições bancárias especializadas em: -
Agricultura, pescas e indústria. - Fomento à exportação, importação e comércio.
- Fomento à habitação, construção e obras públicas. - Depósitos, captação de
poupanças, emigração e turismo. - E uma polivalente a que ficariam afectos os
postos de câmbio e dariam cobertura às zonas rurais”.
No
que concerne aos Postos de Câmbio o documento refere que “Com a extinção das
casas de câmbio surgiu a necessidade da abertura de novos postos de câmbio.
Presentemente, estão em funcionamento, um no Funchal e outro no aeroporto,
estando em vias de entrarem em funcionamento mais três no Funchal, sendo um
deles para o serviço no porto marítimo”
Também
sobre a Prospecção o documento salienta que a “recolha simultânea de capitais
tal como se vem praticando, com a saída diária de cerca de 25 viaturas, que
percorrem a Ilha, regressando ao Funchal no mesmo dia é não só inviável, como
altamente deficitária, julgando-se sanar esta situação desde que fosse feita a
nível de concelho pelo balcão aí instalado”.
O
documento termina destacando que “uma verdadeira regionalização e
reestruturação da Banca do Arquipélago, que só se poderá verificar na sua
concepção mais ampla, quando todos os sectores da economia madeirense
caminharem para o mesmo objectivo e quando forem determinadas as linhas gerais
de uma política económica e social regionais. Donde se infere que há toda uma
transformação a operar em todos os sectores afectos à economia da Madeira, sem
o que não será viável a recuperação económica”.
(continua)
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