Regionalização dos Bancos
Nacionalizados em 1975 (6)
Do
lado ativo das operações, era entendido que o Banco poderia desempenhar um
papel não despiciendo na atenuação das causas de repulsão que teem estado em
boa parte na origem do fenómeno migratório madeirense. “Este objectivo de
fixação de população local ao seu território de naturalidade tem de assentar
nesse processo acelerado de desenvolvimento económico e social do Arquipélago,
com sensível acréscimo do produto formado regionalmente e, consequentemente,
mais elevadas capitações do rendimento – e as vias operacionais para tentar
consegui-lo já foram atrás definidas, quando se aludiu às formas de acção
possível do B. R. M.. Pondo agora de parte as modalidades de intervenção
creditícia a usar nos diversos casos concretos, referir-se-ão os sectores ou
subsectores da actividade económica em que a actuação do Banco se pode revelar
frutuoso (a análise não abrange, aqui, a especial problemática do Porto
Santo)”.
Quanto
ao setor primário, cuja estagnação é responsável pela intensa emigração dos
madeirenses havia que repensar a sério a estrutura fundiária, a adequação das
culturas e os métodos de exploração. Setor como a pecuária avicultura
incluída), a horticultura e a fruticultura seriam suscetíveis de se desenvolver
em termos de, numa primeira fase, assegurarem o autoabastecimento da população
residente e da população turística.
Quanto
ao setor secundário, deverá ser apoiado, desenvolvido ou introduzir dois tipos
de indústrias: as que se traduzam na transformação de produtos originados no
setor primário; as que, pela sua natureza, absorvem contingentes apreciáveis de
mão-de-obra, sobretudo feminina. “Entre as primeiras figurarão os concentrados
de frutas e legumes, as conservas de produtos animais e vegetais, as indústrias
da madeira (desde a serração e carpintaria ao mobiliário, passando pelos
folheados, parquete e aglomerados), os laticínios; as segundas constituirão as
indústrias como as de manipulação do tabaco, das malhas, das confeções e as de
relojoaria e da eletrónica.
Quanto
ao setor terciário, era de referir especialmente o turismo, dada a sua
predominância entre as atividades económicas da Madeira, sublinhando que a
expansão, devidamente dimensionada, da rede de hotéis e instalações acessórias
deveria estar condicionada pelo comportamento dos fluxos turísticos, o que de
algum modo seria passível de ser influenciado por medidas de ordem oficial. “Subjacente
ao fenómeno, pelos sectores anotados ou por outros, dos três ramos de
actividade está o pressuposto da existência das infraestruturas necessárias,
quer as que devam representar encargo do sector público (energia eléctrica,
estradas, apetrechamento portuário, instalações de armazenagem), quer as que
possam ficar a cargo do sector privado (por ex., montagem de cadeias de frio),
quer as que dependam da conjugação de esforços entre os dois sectores (por ex,,
transportes marítimos e aéreos)”.
A
índole madeirense do Banco resultaria ainda do facto ser recrutada na Madeira a
maior parte do pessoal destinado a preencher os quadros da sede do Funchal,
realizando-se as indispensáveis ações de formação. Existia o propósito de
trabalhar em estreita articulação com a Junta Regional da Madeira, cujas
orientações sobre planeamento regional seriam inteiramente respeitadas, bem
como o de recorrer, sempre que necessário e possível, a título de consultores,
a técnicos locais.
(continua)
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