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sábado, 31 de março de 2018


Regionalização dos Bancos Nacionalizados em 1975 (6)
Do lado ativo das operações, era entendido que o Banco poderia desempenhar um papel não despiciendo na atenuação das causas de repulsão que teem estado em boa parte na origem do fenómeno migratório madeirense. “Este objectivo de fixação de população local ao seu território de naturalidade tem de assentar nesse processo acelerado de desenvolvimento económico e social do Arquipélago, com sensível acréscimo do produto formado regionalmente e, consequentemente, mais elevadas capitações do rendimento – e as vias operacionais para tentar consegui-lo já foram atrás definidas, quando se aludiu às formas de acção possível do B. R. M.. Pondo agora de parte as modalidades de intervenção creditícia a usar nos diversos casos concretos, referir-se-ão os sectores ou subsectores da actividade económica em que a actuação do Banco se pode revelar frutuoso (a análise não abrange, aqui, a especial problemática do Porto Santo)”.
Quanto ao setor primário, cuja estagnação é responsável pela intensa emigração dos madeirenses havia que repensar a sério a estrutura fundiária, a adequação das culturas e os métodos de exploração. Setor como a pecuária avicultura incluída), a horticultura e a fruticultura seriam suscetíveis de se desenvolver em termos de, numa primeira fase, assegurarem o autoabastecimento da população residente e da população turística.
Quanto ao setor secundário, deverá ser apoiado, desenvolvido ou introduzir dois tipos de indústrias: as que se traduzam na transformação de produtos originados no setor primário; as que, pela sua natureza, absorvem contingentes apreciáveis de mão-de-obra, sobretudo feminina. “Entre as primeiras figurarão os concentrados de frutas e legumes, as conservas de produtos animais e vegetais, as indústrias da madeira (desde a serração e carpintaria ao mobiliário, passando pelos folheados, parquete e aglomerados), os laticínios; as segundas constituirão as indústrias como as de manipulação do tabaco, das malhas, das confeções e as de relojoaria e da eletrónica.
Quanto ao setor terciário, era de referir especialmente o turismo, dada a sua predominância entre as atividades económicas da Madeira, sublinhando que a expansão, devidamente dimensionada, da rede de hotéis e instalações acessórias deveria estar condicionada pelo comportamento dos fluxos turísticos, o que de algum modo seria passível de ser influenciado por medidas de ordem oficial. “Subjacente ao fenómeno, pelos sectores anotados ou por outros, dos três ramos de actividade está o pressuposto da existência das infraestruturas necessárias, quer as que devam representar encargo do sector público (energia eléctrica, estradas, apetrechamento portuário, instalações de armazenagem), quer as que possam ficar a cargo do sector privado (por ex., montagem de cadeias de frio), quer as que dependam da conjugação de esforços entre os dois sectores (por ex,, transportes marítimos e aéreos)”.
A índole madeirense do Banco resultaria ainda do facto ser recrutada na Madeira a maior parte do pessoal destinado a preencher os quadros da sede do Funchal, realizando-se as indispensáveis ações de formação. Existia o propósito de trabalhar em estreita articulação com a Junta Regional da Madeira, cujas orientações sobre planeamento regional seriam inteiramente respeitadas, bem como o de recorrer, sempre que necessário e possível, a título de consultores, a técnicos locais.
 (continua)   

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