Conflitos das Autonomias da
Madeira (31)
Foi na presidência de Bernardino Machado, em agosto de 1914, que rebentou
na Europa a Grande Guerra. Portugal, velho aliado da Inglaterra, entrou na
guerra ao lado desta nação, da França e da Bélgica, contra a Alemanha e seus
aliados. A paz só teve lugar quatro anos depois pelo armistício de 11 de
novembro de 1918, ficando a Alemanha completamente derrotada. Quer nos campos
da Flandres, quer em África, os soldados portugueses deram claras provas de
bravura. Portugal participou no primeiro conflito
mundial ao lado dos Aliados, o que
estava de acordo com as orientações da República instaurada quatro anos antes.
Na
primeira etapa do conflito, Portugal participou, militarmente, na guerra com o
envio de tropas para a defesa das colónias africanas ameaçadas pela Alemanha.
Face a este perigo e sem declaração de guerra, o governo português enviou
contingentes militares para Angola e Moçambique. “Inicialmente, a
Inglaterra insistiu na neutralidade do país português, com a condição de
eventualmente realizar pedidos ao estado português para auxiliá-la na guerra.
Em março de 1916, a Inglaterra decidiu pedir ao estado português o apresamento
de todos os navios alemães e austro-húngaros presentes
na costa lusitana. Esta atitude justificou a declaração oficial de guerra a
Portugal pela Alemanha, em 9 de março de 1916 (apesar dos combates em África
desde 1914). Em 1917, as
primeiras tropas portuguesas, do Corpo
Expedicionário Português, sob o comando de Tamagnini de Abreu, seguiam para a guerra na Europa, em
direcção a Flandres. Portugal envolveu-se, depois, em combates em França. (…) Neste esforço de guerra, chegaram a
estar mobilizados quase duzentos mil homens. As perdas atingiram quase dez mil
mortos e milhares de feridos, além de custos económicos e sociais gravemente
superiores à capacidade nacional. Os objectivos que levaram os responsáveis
políticos portugueses a entrar na guerra saíram gorados na sua totalidade. A
unidade nacional não seria conseguida por este meio e a instabilidade política
acentuar-se-ia até à queda do regime democrático em 1926” (…) Nenhuma outra guerra mudou o mapa da Europa de forma tão dramática. Quatro impérios
desapareceram após o fim do conflito: o Alemão, o Austro-Húngaro,
o Otomano e o Russo. Quatro dinastias, juntamente com as aristocracias que as apoiavam, caíram após a guerra: os Hohenzollern,
os Habsburgos, os Romanov e os Otomanos.
Países como a Bélgica e a Sérvia passaram
por destruições severas, assim como a França, que perdeu 1,4 milhão de soldados, sem contar as
vítimas civis. A Alemanha e Rússia foram igualmente afetadas (…) A guerra teve
consequências econômicas profundas. Dos sessenta milhões de soldados europeus
que foram mobilizados entre os anos de 1914 e 1918, oito milhões foram mortos,
sete milhões foram incapacitados de maneira permanente e quinze milhões ficaram
gravemente feridos. Morreram 6 milhões de civis durante a guerra. A
Alemanha perdeu 15,1% de sua população masculina ativa, a Áustria-Hungria
perdeu 17,1% e a França perdeu 10,5%”. (in wikipedia).
A Grande
Guerra provocou na Madeira perdas humanas e materiais, incluindo
bombardeamentos feitos por submarinos alemãs e afundamento de navios que
transportavam mercadorias de e para a Madeira, como veremos no próximo texto.
(continua)
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