Conflitos das
Autonomias da Madeira (28)
Para a obra de construção do porto do Funchal, a portaria de 8 de dezembro
de 1911 criou a comissão para estudar o início das obras. A lei nº 89, de 13 de
agosto de 1913 estabelece a Junta Autónoma das Obras do Porto do Funchal, que
só será regulamentada através da portaria de 27 de novembro de 1915. As obras
abrangiam: a ampliação e reparação do porto e armazéns para apoio desde; obras
do cais da cidade; construir uma avenida entre o porto e o cais. Em 1923 as
obras foram adjudicadas à empresa «Fumasil», tendo sido rescindido o cotrato no
ano de 1928.
Outra obra resultante de plano anterior foi a rede telefónica, cujas obras
iniciaram-se no ano de 1909 e inaugurada em 1911. A extensão às zonas rurais
deu-se em 1920 e passou a integrar o serviço externo desde 1922 com a
telegrafia sem fios (TSF), dando continuidade ao serviço instalado na Quita
Santana pelos ingleses da altura da guerra.
Outra obra importante foi o abastecimento de água ao Funchal, cujo projeto
estava previsto desde os finais do século XIX., sendo o concurso público realizado
em 1908.
No que à rede viária regional diz respeito, na sequência de construções
rudimentares de acesso da área costeira ao interior das povoações, foi
constituída no tempo da Monarquia uma rede de «estradas reais» que passaram chamar-se
«estradas nacionais» após a implantação da República, classificadas seguintes
números 23, 24, 25, 26, 27, 28.
A maior parte
das Estradas Reais surgiu por iniciativa dos governadores ou dos
capitães-generais como complemento às ligações marítimas. “Estas 'estradas
reais' fazem parte da nossa memória coletiva da Madeira e, acima de tudo,
porque são exemplo da grande dificuldade que foi construir uma ilha do nada”,
destaca Miguel Gouveia numa nota de imprensa onde recorda que várias
localidades na Madeira cresceram e assumiram importância em torno das rotas de
circulação terrestre que funcionavam como pontos de apoio aos viajantes, fossem
eles locais, comerciantes ou estrangeiros.
As
estradas reais foram criadas a partir da segunda metade do Séc. XIX, justamente
como forma de melhorar a rede viária madeirense no transporte de pessoas e
mercadorias. O primeiro troço foi construído em 1867, entre a Alfândega e a
Pontinha, numa obra da Estrada Real 23 que dá a volta à ilha da Madeira pelo
litoral. Foram seis as estradas reais então construídas:
- Estrada Real 23 (181 km): Funchal, Câmara de Lobos, Quinta Grande,
Campanário, Ribeira Brava, Tábua, Ponta do Sol, Madalena do Mar, Arco da
Calheta, Calheta, Estreito, Prazeres, Fajã da Ovelha, Ponta do Pargo, Achadas,
Porto Moniz, Ribeira da Janela, Seixal, São Vicente, Ponta Delgada, Boa
Ventura, Arco São Jorge, Santana, Faial, São Roque do Faial, Porto da Cruz,
Machico, Santa Cruz, Porto Novo, Caniço, São Gonçalo, Funchal;
-Estrada Real 24 (35 km): Funchal, Monte, Poiso, Ribeiro Frio, Cruzinha e
Santana;
-Estrada Real 25 (39 km): Funchal, São Martinho, Estreito de Câmara de Lobos,
Jardim da Serra, Encumeada, Rosário e São Vicente;
-Estrada
Real 26 (13 km): Ribeira Brava, Serra de Água, Encumeada, São Vicente;
-Estrada Real 27 (36 km): Funchal, Santo António, Curral das Freiras,
Boaventura;
-Estrada Real 28 (25 km): Ponta do Sol, Cruzinhas, Encumeada, beira do Paul da
Serra, Ruínas das Casas do Paul, Estanquinhos, Caramujo, Feiteiras (São
Vicente).
(continua)
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